Sagarana
                          
                               A ver, no em-sido
  Pelos campos-claro: estórias
  Se deu passado esse caso
  Vivência é memória
  Nos Gerais
  A honra é-que-é-que se apraz
  Cada quão
  Sabia sua distinção
  Vai que foi sobre
  Esse era-uma-vez, 'sas passagens
  Em beira-riacho
  Morava o casal: personagens
  Personagens, personagens
  A mulher
  Tinha o morenês que se quer
  Verdeolhar
  Dos verdes do verde invejar
  Dentro lá deles
  Diz-que existia outro gerais
  Quem o qual, dono seu
  Esse era erroso, no à-ponto-de ser feliz demais
  Ao que a vida, no bem e no mal dividida
  Um dia ela dá o que faltou... ô, ô, ô...
  É buriti, buritizais
  É o batuque corrido dos gerais
  O que aprendi, o que aprenderás
  Que nas veredas por em-redor sagarana
  Uma coisa e o alto bom-buriti
  Outra coisa é o buritirana...
  A pois que houve
  No tempo das luas bonitas
  Um moço êveio:
  - Viola enfeitada de fitas
  Vinha atrás
  De uns dias para descanso e paz
  Galardão:
  - Mississo-redó: Falanfão
  No-que: "-se abanque..."
  Que ele deu nos óio o verdêjo
  Foi se afogando
  Pensou que foi mar, foi desejo...
  Era ardor
  Doidava de verde o verdor
  E o rapaz quis logo querer os gerais
  E a dona deles:
  "-Que sim", que ela disse verdeal
  Quem o qual, dono seu
  Vendo as olhâncias, no avôo virou bicho-animal:
  Cresceu nas facas:
  O moço ficou sem ser macho
  E a moça ser verde ficou... ô, ô, ô...
  É buriti, buritizais
  É o batuque corrido dos gerais
  O que aprendi, o que aprenderás
  Que nas veredas por em-redor sagarana
  Uma coisa e o alto bom-buriti
  Outra coisa é o buritirana...
  Quem quiser que cante outra
  Mas à-moda dos gerais
  Buriti: rei das veredas
  Guimarães: buritizais!