Estatisticas
                          
                               Nossas mulheres, em média,
  São presas do vício
  De encenar a farsa
  Que hora tudo está
  Na mais santa ordem
  Lá dentro do seu homem,
  Lá dentro dos seus filhos,
  Lá dentro dos seus lares
  Tem pilares sólidos.
  
  Nossas mulheres, em média,
  Cultivam heranças
  De mãe pra filha
  Desde mil-quatrocentões
  São prendas secretas,
  Receitas completas,
  Mandingas e remédios
  De como remendar
  Seu mundo a preços módicos.
  
  No fim da novela
  Há um beijo que o marido negou
  Há um "happy end"que o vento levou
  Um rapto, uma aventura de amor
  E a esperança, furta-cor
  De um lapso na realidade nua e crua,
  Por favor! (repete)
  
  Nossas mulheres, em média,
  Duvidam do espelho
  Ao constatarem a inevitável impressão
  Do chumbo da idade,
  Das velhas vontades,
  Sobre as sobrancelhas
  Por mais que a maquilagem
  Cubra os anos óbvios.
  
  Nossas mulhes, em média,
  Encaram a vida
  Com muito mais sabedoria e altivez
  Que os homens sisudos,
  Heróis derrotados,
  Guerreiros cansados
  Que à noite querem janta pronta
  E assuntos sérios.
  
  No fim da novela...