Infinito Oito
Gente que trabalha a noite
Durante o dia dorme
Infinito, oito
Um mais zero, dez
Dentro de mim um corte
Um rio com mil marés
Por azar ou pura sorte
Não rezo e tenho fé
Vida depois da morte
É memória, história
Não vai pro céu
Míope não exergo longe
Preciso chegar perto
Hoje é o amanhã de ontem
Venho de outro século
Tão linda aquela ponte
Muito seco que um deserto
Um segredo esconde
Responde com mistério
Meu irmão Zéco
Ouve o eco do gesto
Sua audição Tem demais
Mas sempre falta
Sempre mais
Mas sente falta
Fui cortado ao meio
Não juntam as metades
Um lado é espelho
O outro só reflexo
Se viro do avesso
Parece que está certo
Tá quente aqui dentro
Faz frio se deixo aberto
Completo universo
Complexo
Não é nenhum dos dois
Tem demais
Mas sempre falta
Sempre mais
Mas sente falta