O Vento Noturno do Verão
                          
                               Numa ladeira que subíamos vindos do primeiro grau
  pr'escorregarmos pro pátio do ginásio
  Encaixo as Ravenalas só nem via os raios
  que os astros do alto do arco faziam girar seu lapso perfeito
  Porque eu só vi direito, após vir o defeito eleito
  pr'uma imagem.
  
  
  Como a coragem que nos traz o soprar do vento noturno do verão
  Quando as miragens vieram riscar o núcleo do futuro na palama das mãos
  Somos capazes de pensar, mas não deixo de admirar
  as rochas que não precisam de respiração
  
  
  para ser
  pára
  pára sem perceber
  para ver
  para ter
  para pertencer
  
  
  ao que os nossos olhares assistem
  nesses mesmos lugares que existem
  há milhares de anos
  onde cabe tudo.
  
  E aqui na Terra embrulhada pelos ares
  enfeitada pelas árvores
  e encharcada por seus mares tão fundos,
  uma ladeira que subimos numa terça-feira
  nos fez ficar bem juntos
  
  Para quê?
  Pára,
  separa escolher.
  Para te
  para me
  para conhecer.