Menina da Agulha
                          
                               Que menina é aquela
  Que vem de tão longe?
  Tão longe
  Tão triste e pensativa
  Ela vem de onde
  Que rosto é o rosto dela
  Que sorriso esconde
  Que sonho vem com ela
  Menina, me responde
  
  Eu ando por aqui
  Por aqui assim
  Assim
  À procura de uma agulha
  Que eu aqui perdi
  Era agulha que bordava
  Meus vestidos, meus encantos
  Meus dias coloridos
  Meu Deus… e foram tantos
  
  Menina, vá pra casa
  Vá dizer a seu pai
  Seu pai
  Que uma agulha que se perde
  Não se acha mais
  Eu achei, brinquei com ela
  Espetei meu coração
  Na dor foi-se o brinquedo
  No amor fez-se a canção
  
  Vem viver
  Que a vida inteira roda
  Roda uma estrada, um violão e um canto
  Roda à procura eterna de um recanto
  Onde outras rodas possam se encontrar
  E cantar como eu cantava outrora
  Quando ao meu canto respondia a aurora
  Em versos claros como a luz do dia
  Em que a poesia cantará o amor