D de Destino
                          
                               A cigana sorriu
  Com seus dentes de ouro
  Ao ler minha sorte
  Linhas na palma da mão
  Para sempre serão
  Meu passaporte
  Minha mãe me falou
  Sobre a cruz de Jesus
  Das chagas, dos cortes
  E meu pai me entregou
  Seu facão guarani
  E apontou para o norte
  E eu segui
  
  Quero viver
  Muito além das fronteiras
  Dos que só sabem ser
  Pedras de atiradeira
  Eu devia saber
  Que de certa maneira
  Não seremos jamais
  Mais que grãos de poeira
  No céu
  
  Era um D de destino
  Era um E de esperança
  Ou de encruzilhada
  Era um N de nunca
  Ou quem sabe de nuvens
  E um dia ela passa
  Tantas vezes me vi
  Tendo que decidir
  Entre o nada e o nada
  Mas quem leva a certeza
  No meio do peito
  Não teme a empreitada
  Que virá, a seguir
  
  Quero viver
  Muito além das fronteiras
  Dos que só sabem ser
  Pedras de atiradeira
  Eu devia saber
  Que de certa maneira
  Não seremos jamais
  Mais que grãos de poeira
  No céu
  
  Era um rei e uma dama
  Um valete de ouro
  Carta marcada
  Era um só nosso amor
  Era tudo de bom
  Era um abracadabra
  Vem um raio de sol
  Pela telha quebrada
  Lá na calha d'água
  E um cheiro de mato
  E de terra molhada
  Na beira da estrada
  
  Vem, longe vem
  Vem, longe vem
  
  Era um D de destino
  Era um E de esperança
  Ou de encruzilhada
  Era um N de nunca
  Ou quem sabe de nuvens
  E um dia ela passa
  Era um D de destino
  Era um E de esperança
  Ou de encruzilhada
  Era um D de destino
  Era um E de esperança
  Ou de encruzilhada
  
  Vem, longe vem
  Vem, longe vem
  Vem, longe vem