Invernada
                          
                               Longe daqui a léguas do coração
  Desse pobre caboclo cheio de mágoas
  Meu pedaço de terra virgem me chama
  Volto prá casa é tempo da invernada
  Estar em paz com meu quintal
  O vento vai ser meu jornal
  Agir ali exposto ao céu
  Entre a botina e o chapéu
  
  Volto me carregando com minhas pernas
  No peito só cansaço do viajante
  Na boca seca a sede que andou distante
  Da água nova que se bebe nas velhas fontes
  
  Estar em paz com meu quintal
  O vento vai ser meu jornal
  Agir ali exposto ao céu
  Entre a botina e o chapéu