A Sede do Peixe (para O Que Não Tem Solução)
                          
                               Para o que o suor não me deu
  O fogo do amor ensinou
  Ser o barro embaixo do sol
  Ser chuva lavrando o sertão
  Qual Aleijadinho de Sabará
  E a semente das bananas
  
  Para o que não tem solução
  A sede do peixe ensinou
  Não me vale a água do mar
  Nem vinho, nem glória, navio
  Nem o sal da língua que beija o frio
  Nem ao menos toda raiva
  
  Para o que não tem mais razão
  A calma do louco ensinou
  A dizer nada
  
  Para o que não tem mais nada
  A calma do louco ensinou
  A dizer razão