Pão E Poesia
                          
                               (*)Felicidade é uma cidade pequenina
  É uma casinha, uma colina
  Qualquer lugar que se ilumina
  Quando a gente quer amar
  
  Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
  Fazer menino ou menina, edifício e maracá
  Virtude e vício, liberdade e precipício
  Fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar
  Se a vida fosse o meu desejo
  Dar um beijo em teu sorriso sem cansaço
  E o portão do paraíso é teu abraço
  Quando a fábrica apitar
  
  (*) repete
  
  Numa paisagem entre o pão e a poesia
  Entre o quero e o não queria, entre a terra e o luar
  Não é na guerra, nem saudade nem futuro
  É o amor no pé do muro, sem ninguém policiar
  É a faculdade de sonhar, é a poesia
  Que principia quando eu paro de pensar
  Pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
  Quem te maltrata entre o almoço e o jantar
  
  (*) repete
  
  Um lindo espaço entre a fruta e o caroço
  Quando explode é um alvoroço que distrai o teu olhar
  É a natureza onde eu pareço metade
  Da tua mesma vontade escondida em outro olhar
  E como o doce não esquece a tamarinda
  Essa beleza só finda quando a outra começar
  Vai ser bem feito o nosso amor daquele jeito
  Nesse dia é feriado, não precisa trabalhar
  
  (Ai destino)
  
  Pra não dizer que eu não falei da fantasia
  Que acaricia o pensamento popular
  O amor que fica entre a fala e a tua boca
  Nem a palavra mais louca consegue significar
  Felicidade
  
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