De Frente Pro Crime
                          
                               Ta lá o corpo estendido no chão
  Em vez de rosto uma foto de um gol
  Em vez de reza uma praga de alguém
  E um silêncio servindo de amém
  O bar mais perto depressa lotou
  Malandro junto com trabalhador
  Um homem subiu na mesa do bar
  E fez discurso pra vereador
  Veio o camelô vender
  Anel, cordão, perfume barato
  Baiana pra fazer pastel
  E um bom churrasco de gato
  Quatro horas da manhã
  Baixou o santo na porta-bandeira
  E a moçada resolveu
  Parar, e então...
  Ta lá o corpo estendido no chão
  Em vez de rosto uma foto de um gol
  Em vez de reza uma praga de alguém
  E um silêncio servindo de amem
  Sem pressa foi cada um pro seu lado
  Pensando numa mulher ou num time
  Olhei o corpo no chão e fechei
  Minha janela de frente pro crime...