Bolero de Sata
                          
                               Você penetrou como o sol da manhã
  E em nós começou uma festa pagã
  Você libertou em você a infernal cortesã
  E em mim despertou esse amor
  
  Atormentado e mal de Satã
  Você me deixou como o fim da manhã
  e em mim começou essa angústia, esse afã
  Você me plantou a paixão imortal e mal sã
  
  Que me enraizou e será meu maldito final amanhã
  E agora me aperta a aflição
  De chorar louco e só de manhã
  é a seta do arco da noite
  
  Sangrando-me agora
  São lágrimas, sangue e veneno
  Correndo no meu coração
  Formando-me dentro esse pântano de solidão