Comadre
                          
                               Em tudo que me acontecer
  O dedo da comadre tá
  Na corda quando escurecer
  Anágua da comadre lá
  Branco de doer
  Me convidando a imaginar
  Se o vento bater
  A ginga que a comadre dá
  
  A ginga da comadre tá
  Em tudo que me acontecer
  No copo que eu me embriagar
  
  Se relampejar
  Se eu adoecer
  Se a febre aumentar
  A comdrade vem, e vem, e vem
  
  Na palha que eu adormecer
  Nas águas em que eu me lavar
  E na pitanga que eu morder
  Na arapuca que eu armar
  Onde eu me esconder
  Em tudo que eu pude olhar
  No que ouvi dizer
  A ginga da comadre tá
  
  No samba que eu me exceder
  No doce que eu me lambuzar
  Na hora que eu endoidecer
  
  Se o sangue espirrar
  Se a ferida arder
  Se a boca chupar
  A comadre vem, e vem, e vem