Casca
                          
                               A casca azeda já quebrou
  Que nem a onda aqui
  Estranho mesmo é o amor
  Que invade sem sorrir
  O pulso pára pra pensar
  Vem se espalhando pelo chão
  Um jeito cego de enxergar
  O sangue em minhas mãos
  Que irá
  Queimar
  Que cor
  De quem será
  Nas unhas tem um pouco d'eu
  Nas coxas, o torpor
  Congela o instante em que tremeu
  Teus olhos de isopor
  
  O pulso pára pra pensar
  Vem se espalhando pelo chão
  Um jeito cego de enxergar
  O sangue em minhas mãos
  Que irá
  Queimar
  Que cor
  De quem será
  
  Perfume estranho ao acordar
  Onde será que estou
  A tela se alimenta de ar
  E o ar do nosso som
  A noite acena sem fitar
  Pela janela do vagão
  Que pro passado irá rumar
  E só perfume então
  Fará
  Lembrar
  Que rara sensação