Dez Anjos
                          
                               Tanto barro pra amassar
  Na sacola, uma ilusão
  Na cabeça, um querer
  Arma e ódio na mão
  Sete chaves para abrir
  Sete portas, meu irmão
  Odisséia sem Uli
  Biqueira, viela e pão
  
  Pega a pedra pra jogar
  Na lua que não se vê
  Nem São Jorge, nem dragão
  Vaidade é ilusão
  É a cinza do umbral
  É o aço, é a dor
  É um pai, é um irmão
  Pé grená, sangue no chão
  
  Uma alma pra ganhar
  Duas almas pra perder
  Três almas que se vão
  Quatro almas no porão
  Almas vão dizer
  Calma com esse alçapão
  Seis almas pra tentar
  Sete almas dizem não
  Oito almas pra sofrer
  Nove almas narrarão
  Que dez anjos vão morrer
  Todos sem arma na mão