Brancas e Pretas
                          
                               Num jogo de vida e de morte
  As brancas e as pretas
  Sobre o tabuleiro
  Ali não há golpes de sorte
  Se pensam jogadas
  Destino certeiro
  
  O quadro é um mar quadriculado
  Sem ondas, parado
  Porém de marés
  Às vezes um passo mal dado
  Um lance apressado
  Resulta em revés
  
  Os reis, as rainhas e os bispos
  Dominam a cena
  Com seu poderio
  Da torre se avista o tablado
  Peões trabalhando
  Por horas a fio
  
  O meu coração anda aos saltos
  Parece um cavalo
  No seu movimento
  Selvagem e até traiçoeiro
  Vai sem cavaleiro
  Tabuleiro adentro
  
  Parceiros
  Duelam paciência
  Por vezes se estranham
  O amor e a ciência
  As pedras ali não têm limo
  E mudam de rumo
  Por conveniência
  Ou por não acharem saída
  Não rolam, se deitam
  No fim da partida