Cabeça de Aluguel
                          
                               Nove noites muro de bronze uma pesada névoa
  Me abandonaram dentro do poço de onde eu ouço
  Com doçuras e torturas em pleno gozo o urubu
  Que no seu pouso me prepara me separa do caroço
  E me veste com a peste para a festa do colosso
  Assim eu visto todo dia a glória no bordel
  E a minha cabeça vivo do aluguel
  
  Armadilha, alçapão, armadilha, alçapão
  Rogai rogai ao vosso pai em vos
  Armadilha no monte l com as filhas faziam coros
  Alçapão e doces lábios vertem fios de orvalhos
  Armadilha e tranças no cabelo e vestem vermelho
  Alçapão rogai rogai ao vosso pai
  
  Armadilha rezai querida porque se eu não for
  Ao enterro do primeiro erro serei um beijo
  Latejo, fraquejo, desprezo, e em tudo que eu
  Disponha só darei vergonha
  Alçapão oh mãe cuidai porque se a maldição
  Me atiça febre de justiça serei visto como
  Porco, escroto, aborto, arroto, roto e que
  Desgosto cubro o vosso rosto
  
  Armadilha porque amigos se a coragem me
  Empestear serei um judas no clube
  Na mesa do jantar
  Alçapão rogai rogai ao vosso pai em vos em vos
  Armadilha no monte l com as filhas faziam coros
  Alçapão e doces lábios vertem fios de orvalhos
  Armadilha e tranças no cabelo e vestem vermelho
  Alçapão rogai rogai ao vosso pai em vos em vos
  
  Nove noites muro de bronze uma pesada névoa
  Me abandonaram dentro do poço de onde eu ouço
  Com doçuras e torturas em pleno gozo o urubu
  Que no seu pouso me prepara me separa do caroço
  E me veste com a peste para a festa do colosso
  E diante dela eu sou aquela ameba vadia
  Que ao meu próprio mostro enfrenta e desafia
  Enfrenta e desa