Pour Elis
                          
                               Agora, o braço não é mais
  O braço erguido num grito de gol
  Agora, o braço é uma linha, um traço
  Um rastro espelhado e brilhante
  O rascunho, de um rascunho
  Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra
  Como uma estrela agora, sou uma estrela
  
  Agora retiram de mim a cobertura de carne
  Escorrem todo o sangue
  Afinam os ossos em fios luminosos
  E aí estou: pelo salões, pelas casas
  Cidades, parecida comigo
  
  E assim dizem, recontam a vida
  E assim dizem, recontam a vida
  
  E todas as figuras são assim
  Desenhos de luz, agrupamentos de pontos
  De partículas, um quadro de impulsos
  Um processamento de sinais
  E aí estou: pelo salões, pelas casas
  Cidades, parecida comigo
  
  E assim dizem, recontam a vida
  E assim dizem, recontam a vida