Sem Saia, Sem Cera, Censura
                          
                               SEM SAIA, SEM CERA, CENSURA
  (Tom Zé) Ed. lrara (Trama)
  Participação Especial: Jair Oliveira
  
  
  É a rima, a rima ditada por lei, por decreto
  É a múmia que mama no feto
  É a luz que se filtra nas grutas
  O insosso temperando as frutas
  
  O medo, o medo tem que censurar para criar
  A parceria da pedra com a vidraça
  Do elefante com a graça, com a taça
  A parceria da bala de canhão, canhão, canhão
  Com a bolinha de sabão.
  
  A censura, ela gosta da arte
  Mas é a Medusa retocando a musa
  A censura, ela ama a arte
  Mas é como a fera penteando a bela
  A censura, ela morre de amor pela arte
  Mas é a enxada
  Acarinhando a fada
  A censura, ela adora a fragrância da arte
  Mas é o machado
  Entre as flores do prado