O Marco Marciano
                          
                               O Marco Marciano
  autores: Lenine/ Bráulio Tavarez
  
  Pelos auto-falantes do universo
  Vou louvar-vos aqui na minha loa
  Um trabalho que fiz noutro planeta
  Onde nave flutua e disco voa:
  Fiz meu marco no solo marciano
  Num deserto vermelho sem garoa
  
  Este marco que eu fiz é fortaleza.
  Elevando ao quadrado Gibraltar!
  Torreão, levadiça, raio-laser
  E um sistem internet de radar:
  Não tem sonda nem nave tripulada
  Que consiga descer nem decolar.
  
  Construi o meu marco na certeza
  Que ninguém, cibernético ou humano.
  Poderia romper as minhas guardas
  Nem achar qualquer falha no meu plano
  Ficam todos em Fobos ou em Deimos
  Contemplando o meu marco marciano
  
  O meu marco tem rosto de pessoa
  Tem ruínas de ruas e cidades
  Tem muralhas, pirâmides e restos
  De culturas, demônios, divindades:
  A história de Marte soterrada
  Pelo efêmero pó das tempestades
  
  Construi o meu marco gigantesco
  Num planalto cercado por montanhas
  Precipícios gelados e falésias
  Projetando no ar formas estranhas
  Como os muros Ciclópicos de Tebas
  E as fatais cordilheiras da Espanha
  
  Bem na praça central. um monumento
  Embeleza meu marco marciano:
  Um granito em enigma recortado
  Pelos rudes martelos de Vulcano:
  Uma esfinge em perfil contra o poente
  Guardiã imortal do meu do meu Arcano