Os Avisos Terceiro
                          
                               Escrevo meu livro à beira-magua
  Meu coração não tem que ter.
  Tenho meus olhos quentes de água.
  Só tu, senhor, me dás viver.
  
  Só te sentir e te pensar
  Meus dias vacuos enche e doura.
  Mas quando quererás voltar?
  Quando é o rei? quando é a hora?
  
  Quando virás a ser o christo
  De a quem morreu o falso deus,
  E a dispertar do mal que existo
  A nova terra e os novos céus?
  
  Quando virás, ó encoberto,
  Sonho das eras portuguez,
  Tornar-me mais que o sopro incerto
  De um grande anceio que deus fez?
  
  Ah, quando quererás, voltando,
  Fazer minha esperança amor?
  Da nevoa e da saudade quando?
  Quando, meu sonho e meu senhor?