A Moda da Mula Preta Lorota Boa
Eu tenho uma preta
Tem sete palmo de altura
A mula é descanelada
Tem uma linda figura, ai, ai, ai

Tira fogo na calçada
No rampão da ferradura, ai, ai, ai
Com uma morena delicada
Na garupa faz figura, ai, ai, ai

A mula fica enjoada
Pisa só de ancadura (bis)

O ensino da criação
Veja quanto que regula, ai, ai, ai
O defeito do mulão
Eu sei que ninguém clacula, ai, ai, ai

Moça feia e marmajão
Na garupa, a mula pula, ai, ai, ai
Chega a fazer cerração
Todos os pulos dessa mula, ai, ai, ai
Cabra muda de feição
Sendo preto fica fula (bis)

Eu fui passear na cidade
Só numa volta que eu dei, ai, ai, ai
A mula deixou saudade
No lugar onde passei, ai, ai, ai

Pro mulão de qualidade
Quatro conto eu injeitei, ai, ai, ai
Pra dizer mesmo a verdade
Nem sastifação eu dei, ai, ai, ai

Fui dizendo boa tarde
Pra minha casa voltei (bis)

Soltei a mula no pasto
Veja o que me aconteceu, ai, ai, ai
Uma cobra venenosa
A minha mula mordeu, ai, ai, ai

Com o veneno dessa cobra
A mula nem se mexeu, ai, ai, ai
Só durou umas quatro horas
Depois a mula morreu, ai, ai, ai
Acabou-se a mula preta
Que tanto gosto me deu (bis)

Dei u'a carrera num cabra qui mexeu c'a Maroquinha
Cumeçou na Mata Grande e acabou na Lagoinha!
Curri mais de sete légua, carregado cumo eu vinha
Pois trazia na cabeça um balaio cheio de galinha
Oh, oh, oh!
Qui mintira qui lorota boa
Certa noite muito escura atirei de brincadeira
Espaiei dezesseis chumbo cum a minha atiradeira
No momento ia passando quinze patos no terreiro
Qui cairam fulminado, oi qui tiro mais certeiro
Oh, oh, oh!
Qui mintira qui lorota boa
Uma coisa aqui no Rio qui me chamou atenção
Foi ver a facilidade qui se toma condução
Todo mundo confortave, seja em trem ou gostosão
E os tais de trocadores, qui amáveis que eles são
Oh, oh, oh!
Qui mintira qui lorota boa

Vou contar agora um caso qui astur dia assucedeu
Minha sogra tá de prova que tal fato aconteceu
Uma cobra venenosa viu a véia e mordeu
Mais inveis da minha sogra foi a cobra que morreu
Oh, oh, oh!
Qui mintira qui lorota boa
O meu primo Zé Potoca mente tanto qui faiz dó
Me contou qui pegou água, inrolô e deu um nó
Qui mintira mais danada, qui conversa mais à toa
Dá nó n'água né pussive, é lorota e das boa
Oh, oh, oh!