Flor da Idade
                          
                               A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia. Pra ver Maria
  A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
  A porta dela não tem tramela, a janela é sem gelosia.
  Nem desconfia
  
  Aí, a primeira festa, primeira fresta, o primeiro amor
  
  Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto,
  a família armadilha
  A mesa posta de peixe, deixa um cheirinho da sua filha
  Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha, Que maravilha
  
  Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
  
  Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua.
  A gente sua
  A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
  Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua.
  E continua
  
  Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
  
  Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava
  Paulo que amava Juca que amava Dora que amava
  
  Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava
  Rita que amava Dito que amava Rita que amava
  
  Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
  a filha que amava Carlos que amava
  Dora que amava toda a quadrilha
  
  
  
  Contribuição: Renato Domingues