Quantas Vitórias
                          
                               Quantas vitórias cantem meus versos
  Quantas na mesa ouviram cantar
  Nossa bandeira empunha o soneto
  Que é de um poeta sem lar.
  
  Carro de boi tangendo a tarde fria
  Meu caminho percorreu
  Negra mão tangendo na viola
  Minha emoção mineira
  Serenata minha estrela
  São vitórias que guardei
  
  Velho piano e o som da velha casa
  Goiabeira no quintal
  A mãe preta ralha com o menino
  "Já sujou roupa lavada"
  E a sujeira reclamada
  É a vitória que eu guardei
  
  Meu olhar ardendo à meia-noite
  Percorrendo a imensidão
  Minha voz estala como açoite
  Como lenha na fogueira
  E vitória verdadeira é enxergar nessa escuridão
  
  Procure cantar a todo instante
  Mais um canto seu
  Que os outros achem ridículo
  Mais que seja seu
  Desafinado mais seu
  Cante, sem acompanhamento
  Não deve haver nada seguindo seu rastro de poesia
  Deixe que ele se propague livre, e voe com ele
  Até que se torne um ser
  E como você deseja a liberdade
  Então solte o seu canto
  Ele voará e cantará no espaço
  E sabe qual será a canção?
  Você