Retrato
                          
                               Eu canto sou força que esmaga não mente e consente
  Que vale o sorrir quando a hora é de luta
  Sinal esperado meu peito rasgado é sinal de fé
  Eu grito, sou vento, poeira sou pó, ventania
  Gramado sem gente, covarde, valente
  Soldado ou tenente, depende da hora, o que eu cismo de ser
  Sou louco, poeta maldito, moleque vadio
  Moleque de pedra, de jogo de bola, de bola de meia,
  De sol, goiabeira, de pó de quintal
  E enfim sou a mesma palavra num outro sentido
  Mero menestrel das angústias urbanas
  O louco Quixote da grande cidade,
  Da realidade, moinho a vencer