Ladeirinha
                          
                               Quase à noitinha ela desce
  a ladeirinha que faz lado
  com o meu quintal
  os seus passos ágeis, livres
  trazem o amor ideal
  feito de laço, posse, viço
  vertical na dor
  e um sol todo tempo a brilhar
  pelos rios, matas virgens
  desse seu corpo
  que eu desejo amar
  o dia é vago
  quando eu não a flagro a sorrir
  para mim
  posso ver imagens no nada
  duendes no edredon
  e é só dormir para ouvir em qualquer lugar
  sirenes no ar
  ressaltando você
  o dia nasce e você,
  já envolta num véu,
  traz a luz
  flores se esgarçam num bailado
  em busca de atenção
  mais nada existe
  enquanto a vejo passar
  o que é seu andar?
  que ventura
  esse chão!...
  tudo mais é puro alvoroço
  que a imagem de um colosso
  provoca dia a dia...