Lobisomem
                          
                               Pelo vento frio que começou a bater
  pela paz interior do gado
  descuidado caiu do céu um pingo,
  vai chover
  sou um bicho perdido
  um ser acuado num canto do abrigo
  um lobisomem...
  Adorada distante noite escura
  onde Deus se flagra imaginando:
  oh! Que dor me dá de ver a terra se ferrar
  tá no índio, no grego,
  na pele do mundo
  a mancha envenenada do ciúme
  assisto tudo sem crer,
  sem interesse maior
  vivo longe de casa e nunca pensei em voltar
  assisto tudo sem ver,
  nada que vejo é pior
  longe da minha amada
  nem Deus, nem nada me toca
  dia triste, quantos ais
  onde estás oh meu amor?
  Com quem mais posso pensar no esplendor
  dia triste, dor a mais
  esplendor que se desfaz
  noutros ais
  quando se sofre de amor
  
  
  © 1994 Luanda Edições Musicais Ltda.