Vidas Pra Contar
                          
                               No correr da noite
  Tudo é espreita
  Destemidos
  Vaga-lumes luz-sombreiam
  Semiescondidos
  Muitos morreram
  Puros
  Sem ver a manhã
  À sombra da noite
  Nos palacetes
  Dormem odaliscas
  Em seus retretes
  Serão mocinhas
  De sonhos verdes
  Puras
  Na luz da manhã
  Fui ver vidas pra contar
  Enquanto o sono incerto
  Não vem
  Acolher
  Na noite eu perdi meu olhar
  Imagens não param
  De referir
  E envolver
  Não é natural
  Mas fazia bem
  Não estar perdido
  Por ninguém