Soneto de Véspera
                          
                               Soneto de véspera
  Quando chegares e eu te vir chorando
  De tanto te esperar, que te direi?
  E da angústia de amar-te, te esperando
  Reencontrada, como te amarei?
  
  Que beijo teu de lágrimas terei
  Para esquecer o que vivi lembrando
  E que farei da antiga mágoa quando
  Não puder te dizer por que chorei?
  
  Como ocultar a sombra em mim suspensa
  Pelo martírio da memória imensa
  Que a distância criou - fria de vida
  
  Imagem tua que eu compus serena
  Atenta ao meu apelo e à minha pena
  E que quisera nunca mais perdida...