Canção I (rita Ribeiro)
                          
                               É bom que seja assim, Dionísio, que não venhas.
  Voz e vento apenas
  Das coisas do lá fora
  
  E sozinha supor
  Que se estivesses dentro
  
  Essa voz importante e esse vento
  Das ramagens de fora
  
  Eu jamais ouviria. Atento
  Meu ouvido escutaria
  O sumo do teu canto. Que não venhas, Dionísio.
  Porque é melhor sonhar tua rudeza
  E sorver reconquista a cada noite
  Pensando: amanhã sim, virá.
  E o tempo de amanhã será riqueza:
  A cada noite, eu Ariana, preparando
  Aroma e corpo. E o verso a cada noite
  Se fazendo de tua sábia ausência.