Outra Canção do Exílio
Ainda sou um paria como no início
Perto do começo, longe do comício
Preso rebelado na rebelião
Louco, perigoso por detrás do riso
Sem medo do gozo, nem do prejuízo
Revolucionário no meu coração
Já morei em casa e apartamento
Mas eu tenho asa e voo com o vento
Tanta vida existe na imaginação
Eu imaginando, invento o futuro
Num tempo de luz que amaina tanto escuro
E derrube o muro da atroz solidão
Tenho os meus vícios, tenho os meus hobbies
Não rezo a Cristo nem a Steve Jobs
Que eu preciso que caiba em minha mão
Sonho como sempre, como não preciso
Não igual a antes, quando o paraíso
Era meu desejo, minha ambição
Se estou vivo, vivo a sombra do perigo
O que era novo, hoje é antigo
O que é moderno, logo será vão
Eterno só a lágrima e o sorriso
Vamos sair ir para ver o sol, preciso
É no céu que piso, dê-me a sua mão
Você diz que não há mundo melhor
Que a vida é só isso, isso só
Enquanto as verdades se tornam pó
Veja as flores crescem em nosso redor
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte
Pra perto do menino que fui
Que não falte, a centelha velha
Do amor, da canção
Que não falta sangue, ar e alegria
Pra que eu veja sempre nova luz do dia
Quantos dias suporte o meu coração
Você diz que não há mundo melhor
Que a vida é só isso, isso só
Enquanto as verdades se tornam pó
Veja as flores crescem em nosso redor
Você diz que não há mundo melhor
Que a vida é só isso, isso só
Enquanto as verdades se tornam pó
Veja as flores crescem em nosso redor