Grito de Alerta
                          
                               Primeiro você me azucrina, me entorta a cabeça
  Me bota na boca um gosto amargo de fel
  Depois vem chorando desculpas, assim meio pedindo
  Querendo ganhar um bocado de mel
  Não vê que então eu me rasgo
  Engasgo, engulo, reflito, estendo a mão
  E assim nossa vida é um rio secando
  As pedras cortando, e eu vou perguntando: até quando?
  São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo
  Arrasando aos poucos o nosso ideal
  São frases perdidas num mundo de gritos e gestos
  
  
  Num jogo de culpa que faz tanto mal
  Não quero a razão pois eu sei o quanto estou errada
  O quanto já fiz destruir
  Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio
  E que já não dá mais pra engolir
  
  * Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
  Eu busquei a palavra mais certa
  Vê se entende o meu grito de alerta
  Veja bem, é o amor agitando meu coração
  Há um lado carente dizendo que sim
  E essa vida da gente gritando que não