Roupa Nova
                          
                               Todos os dias, toda manhã
  Sorriso aberto e roupa nova
  Passarinho preto de terno branco
  Pinduca vai esperar o trem
  
  Todos os dias, toda manhã
  Ele sozinho na plataforma
  Ouve o apito, sente a fumaça
  E vê chegar o amigo trem
  
  Que acontece que nunca parou
  Nessa cidade de fim de mundo
  E quem viaja pra capital
  Não tem olhar para o braço que acenou
  
  O gesto humano fica no ar
  O abandono fica maior
  E lá na curva desaparece a sua fé
  
  Homem que é homem não perde a esperança, não
  Ele vai parar
  Quem é teimoso não sonha outro sonho, não
  Qualquer dia ele pára
  
  E assim Pinduca toda manhã
  Sorriso aberto e roupa nova
  Passarinho preto de terno branco
  Vem a renovar a sua fé
  
  Quem é teimoso não sonha outro sonho, não
  Qualquer dia ele pára
  
  E assim Pinduca toda manhã
  Sorriso aberto e roupa nova
  Passarinho preto de terno branco
  Vem a renovar a sua fé