Trovoada
                          
                               O ronco da trovoada
  Estremece os corações
  Nas capitais dos estados
  Nos pequenos povoados
  Lá pros lados dos sertões
  
  Quando o tempo faz zoada
  Na voz grave dos trovões
  Eu acho que alguém já disse
  Que é como então se abrisse
  a jaula para os leões
  Estremecem os corações
  
  Acredite se quiser
  Que o Cavaleiro das luas e das estrelas
  Abriu o céu, desceu e me ofertou
  Um livro aberto na página brilhante
  Que nesse instante uma poeira iluminada
  me assustou
  Falva de Andrômeda,
  A dona da constelação do Escorpião,
  Falou da outra estrela na ponta do Cruzeiro,
  Falou das quatro luas
  A nova, a que cresce, a cheia e a que diminui
  Que a primeira, quando se esconde na escuridão,
  é de mentira, pra nos tomar o coração
  Me ensinou coisas que vi
  E que nem são daqui
  E, de repente, acordei com o ronco...