Viola Violar
                          
                               Eu estou bem seguro nesta casa
  Minha viola é o resto de uma feira
  A minha fome morde o seu retrato
  Brindando a morte em tom de brincadeira
  
  E amanhã mais vinte anos
  Desfilados na avenida
  Arranha-céu, ave noturna
  No circuito dessa ferida
  
  Violar vinte fracassos e mudar de tom
  Vinte morenas para desejar
  Vinte batidas de limão
  
  Eu estou bem seguro nesta casa
  Comendo restos nesta quarta-feira
  Minha viola toca seu retrato
  Cantando a morte em tom de brincadeira
  
  E amanhã mais vinte anos
  Desfiados, na avenida
  Arranha-céu, ave noturna
  Ê viola, toca ferida
  
  Violar a velha brincadeira
  Violar, vinte morenas para desejar
  Vinte certezas nessa mão