Bicho do Mato
                          
                               Sou como um bicho do mato
  De instinto pacato
  No meio da multidão
  Entre pessoas e risos
  Eu já me arrisco
  Não me aventuro, não
  Sou assim mesmo
  E não mudo
  Estrangeiro no mundo
  Esquecido de alguém
  Sou a semente da vida
  Serpente perdida
  Que vai e que vem
  
  Lá onde o vento é morada
  O tudo é o nada
  E eu não sou João Ninguém
  Não há noite, não há dia
  Meu canto é magia
  Das terras do além
  Lá que eu me banho nas fontes
  Dos vales, dos montes
  Da minha emoção
  Tem brincadeira de roda
  E a fada é a menina
  Do meu coração
  Quando eu voltar para
  casa
  Não levo mais nada, além
  de mim
  Sei que na minha chegada
  Há um porto seguro
  Um céu, um jardim
  Há um cavalo alado
  Nas montanhas azuis
  Que vai me levar para onde
  Eu preciso chegar.