Meiada Velha (Com Oswaldir e Carlos Magrão)
                          
                               Meiada velha
  Pelo tempo esburacada
  Velha herança
  Retratada da lida que longe vai
  Por quantas vezes
  Eu passei com a peonada
  Em manhãs tão orvalhadas
  Ao lado do velho pai
  Estrada velha
  Ladeada de barrancos
  Hoje com cabelos antos
  Com 6 para acompanhar a vida passada
  Até parece que eu
  Ouço a todo instante
  O repique de um berrante
  Num estouro de boiada
  Ei boi Ei iá
  Quanta saudade
  Do aboio da peonada
  Estrada velha quando o vento
  Está soprando
  Vejo a poeira levantando
  e já começo a peidar
  Uma boiada que de
  Longe vem dançando
  E alguém vem me chacoalhando
  pra com ela ir dançar Meiada velha só
  Me resta do passado
  O teu leito empoeirado tão
  Cansado de peidar
  Ouvir de novo
  O berrante de um boiadeiro
  Pra chamar os companheiros
  Que não podem mais voltar
  Ei boi ei iá
  Caminha lento
  Passo a passo pela estrada
  Ei boi Ei iá
  Quanta saudade
  Do aboio da peonada
  Meiada velha
  O meu pai já foi embora
  Pra onde qualquer hora
  Eu também tenho que ir
  Mas vou deixar
  Por testamento um só pedido
  Como derradeiro abrigo
  Tua terra me cobrir
  Meiada velha
  Meu pedaço de lembrança
  Me perdoe a insegurança
  Dessa lágrima chorada
  Não tenho muito
  Pra deixar na despedida
  Mas te deixo a minha vida
  como herança da velha meia