Atras do Balcao
                          
                               Lembram-se dos cavaleiros
  Mesas e távolas, dos garanhões?
  Lembram-se das raparigas
  Vestidos belos e braços nus?
  Lembram-se dos quatro ventos
  Que não sopraram nessa direção?
  Houve não um tempo mais ameno
  Um tremor pequeno no teu coração
  Houve não…
  Amor atrás do balcão
  
  Lembram-se dos capacetes
  Das carabinas, do matraquear?
  Bólides encapuçados
  Caminham lentos, não têm o que mirar
  Não deixaram anteontem
  O sinal do terrorismo na manhã
  Um afã de corpos em silêncio
  Um tremor pequeno no teu coração
  Um afã
  E a dor atrás do balcão
  
  E o pensamento
  Se consome aonde a estrela não vai
  E o pensamento
  Se consome aonde a estrela não vai