Meninas de Albara
                          
                               Levantam-se bem cedo as meninas
  E banham-se no lago de Albarã
  Reflete nas bandejas cristalinas
  O rosto enrugado da manhã
  Um terço da população da terra
  Um resto de comida que sobrou
  Um preso que fugiu de madrugada
  As balas que perseguem o meu amor
  
  De noite acendo a tocha do meu olho
  Farol do Cabo-Branco secular
  Desato as correntes do meu grito
  E falo dos mistérios desse mar
  Escuto a gargalhada de Netuno
  Que no Atlântico me abrigou
  A correnteza louca dessa vida
  Me arrasta para bem longe do meu amor
  Me arrasta para bem longe do meu amor