Xote dos Poetas
                          
                               Sonhei com pablo neruda, em plena praia do futuro
  Escrevendo num imenso muro, la palabra libertad
  Com poemas de vinicius, en las manos eram hermanos
  Recitava éluard
  E gente em plena tarde, poetas de todo mundo
  Escrevendo por toda parte, la palabra libertad
  Voava com castro alves, gregório também gonçalves
  Dias e noites latinas, cabral dançando um frevo
  E um cego de improviso, no imenso salão da claridade
  Relampejou num sorriso, la palabra libertad
  Maracatu de d. Santa, batutas de s. José
  Patativa do assaré, e também dodô e osmar
  Vi dirceu atrás da grade: abre, marília, sou eu
  Sonhando num céu de fogo, libertas quae sera tamen
  E um cheiro de tangerina, descascava jorge de lima
  As invenções de orfeu, rezava murilo mendes
  Gritava o povo no vale, num muro grande concreto
  Gás neon sobre o deserto,
  A inscrição liber tarde
  Gritava o pé de chinelo, esquentava o bóia-fria
  Soletrava um pau - de - arara, entre as coxas de maria
  E um prato de feijão, decifrava o analfabeto
  A escrita de malarmé, em pleno golpe da sorte
  A morte fugiu pra marte
  A vida disse: aqui jazz suíngue por toda parte
  Xote, xaxado e baião, o repentista azulão
  Anunciou no sertão
  A palavra liberdade
  Una canción desesperada, duas chilenas amaban
  Se fueron com tres donzelas, cuatro muchachas morenas
  A las cinco en punto de la tarde, las sies grandes bascas
  En siete estrellas tornaron, ocho novias brasileñas
  Nueve puñales, diez varandas,
  Sangre nel mural de la tarde
  La palabra libertad