Barafunda
                          
                               Era Aurora, não, era Aurelia
  Ou era Ariela, não me lembro agora
  É saia amarela daquele verão
  Que rola até hoje na recordação
  
  Foi na Penha, não, foi na Glória
  Gravei na memória, mas perdi a senha
  Misturam-se os fatos, as fotos são velhas
  Cabelos pretos, bandeiras vermelhas
  
  Foi Garrincha, não, foi de bicicleta
  Juro que vi aquela bola entrar na gaveta
  Tiro de meta
  Foi na guerra, é noite alta
  
  Gritou o astronauta que era azul a terra
  Quando a Verde e Rosa saiu campeã
  Cantando Cartola ao romper da manhã
  Salve o dia azul, salve a festa
  
  E salve a floresta, salve a poesia
  E salve este samba
  Antes que o esquecimento
  Baixe seu manto, seu manto cinzento
  
  Foi Glorinha, não, era Maristela
  Juro que eu ia até casar na Penha com ela
  A vida é bela é...
  Não é, era Zizinho, era Pelé
  
  Era Soraya, era Anabela, era amarela a saia
  Foi quando a Verde e Rosa saiu campeã
  Cantando Cartola ao romper da manhã
  Salve o dia azul, salve a festa
  
  E salve a floresta, salve a poesia
  E salve este samba
  Antes que o esquecimento
  Baixe seu manto, seu manto cinzento
  
  Era Aurora, não, era Barbarela
  Juro que eu ia até o Cazaquistão atrás dela
  A vida é bela
  É Garrincha, é Cartola e é Mandela