Voltei a Cantar / Mambembe / Dura na Queda
                          
                               Voltei a cantar porque senti saudade
  Do tempo em que eu andava na cidade
  Com sustenidos e bemóis
  Desenhados na minha voz
  A saudade rola rola... como um disco de vitrola
  Começo a recordar cantando em tom maior
  E acabo em tom menor
  Voltei a cantar
  
  No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
  Correndo no escuro pixado no muro
  Você vai saber de mim
  Mambembe
  Cigano
  Debaixo da ponte
  Cantando
  Por baixo da terra
  Cantando
  Na boca do povo
  Cantando
  Mendigo, malandro, moleque, mulambo, bem ou mal
  Escravo fugido ou louco varrido
  Vou fazer meu festival
  Mambembe
  Cigano
  Debaixo da ponte
  Cantando
  Por baixo da terra
  Cantando
  Na boca do povo
  Cantando
  Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante, judeu
  Dormindo na estrada
  Não é nada não é nada
  E esse mundo é todo meu
  Mambembe
  Cigano
  Debaixo da ponte
  Cantando
  Por baixo da terra
  Cantando
  Na boca do povo
  Cantando
  
  Perdida na avenida
  Canta seu enredo
  Fora do carnaval
  Perdeu a saia
  Perdeu o emprego
  Desfila natural
  Esquinas mil buzinas imagina orquestras
  Samba no chafariz
  Viva a folia
  A dor não presta
  Felicidade sim
  O sol ensolarará a estrada dela
  A lua alumiará o mar
  A vida é bela
  O sol a estrada amarela...
  e as ondas as ondas as ondas as ondas
  Bambeia, cambaleia
  É dura na queda
  Custa cair em si
  Largou família
  Bebeu veneno e vai morrer de rir
  Vagueia, devaneia, já apanhou a beça
  Mas pra quem sabe olhar
  A flor também é ferida aberta
  E não se vê chorar
  O sol ensolarará a estrada dela
  A lua alumiará o mar
  A vida é bela
  O sol a estrada amarela...
  e as ondas as ondas as ondas as ondas