Viver do Amor
                          
                               1ª versão
  (Para a peça Ópera do malandro 1977-1978)
  
  
  Pra se viver do amor
  Há que esquecer o amor
  Há que se amar
  Sem amar
  Sem prazer
  E com despertador
  - como um funcionário
  
  Há que penar no amor
  Pra se ganhar no amor
  Há que apanhar
  E sangrar
  E suar
  Como um trabalhador
  
  Ai, o amor
  Jamais foi um sonho
  O amor, eu bem sei
  Já provei
  E é um veneno medonho
  
  É por isso que se há de entender
  Que o amor não é um ócio
  E compreender
  Que o amor não é um vício
  O amor é sacrifício
  O amor é sacerdócio
  Amar
  É iluminar a dor
  - como um missionário
  
  
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  2ª versão
  (Para o filme Ópera do Malandro de Ruy Guerra 1985)
  
  Pra se viver do amor
  Há que esquecer o amor
  Há que se amar
  Sem amar
  Sem prazer
  E com despertador
  - como um funcionário
  
  Há que penar no amor
  Pra se ganhar no amor
  Há que apanhar
  E sangrar
  E suar
  Como um trabalhador
  
  Ai, o amor
  Jamais foi um sonho
  O amor é feroz
  Faz em nós
  Um estrago medonho
  
  É por isso que se há de entender
  Que amar não é um ócio
  Se precaver
  Que amar não é um vício
  Amar é um sacrifício
  Amar é um sacerdócio
  À luz do abajur
  
  É por isso que se há de entender
  Que amar não é um ócio
  Se precaver
  Amar não é um vício
  O amor é um nobre ofício
  O amor é um bom negócio
  
  
  
  1977 © by Cara Nova Editora Musical Ltda.