Soneto
                          
                               Por que me descobriste no abandono
  Com que tortura me arrancaste um beijo
  Por que me incendiaste de desejo
  Quando eu estava bem, morta de sono
  
  Com que mentira abriste meu segredo
  De que romance antigo me roubaste
  Com que raio de luz me iluminaste
  Quando eu estava bem, morta de medo
  
  Por que não me deixaste adormecida
  E me indicaste o mar com que navio
  E me deixaste só, com que saída
  
  Por que desceste ao meu porão sombrio
  Com que direito me ensinaste a vida
  Quando eu estava bem, morta de frio
  
  
  
  1972 © by Cara Nova Editora Musical Ltda.