Pru Quê
                          
                               Pru quê tu chora? Pru quê? Hem?
  Pru quê teu peito saluça
  E o coração se debruça nos abismos do sofrê?
  Tu pode me arrespondê?
  Pru que tua arma suzinha
  Pela estrada caminha sem alegria mais tê?
  
  Pru quê teus óio num vê
  E o coração não iscuita
  No sacrifício da luta esse convite a vive?
  Eu te pregunto, pru quê?
  Pru quê que os pé já sangrando
  Continua caminhando pela estrada do sofrê?
  
  Pru quê tua boca só fala
  As coisa triste da vida
  Que muitas vez esquecida dentro do peito se cala?
  Quando o amô prefume exala
  Pru quê tu mata a semente
  Dessa alegria inocente que no seu sono se embala?
  
  Pru quê que teu coração
  É como um baú trancado
  E dentro dele guardado só desespero e aflição?
  Pru quê num faz, meu irmão
  Uma limpeza lá dentro
  Varrendo com pensamento os espinho da mardição?
  
  Pru quê tu veve agarrado
  Nas asas desse caixão
  Que carrega assombração desse defunto passado?
  Hem? Se tu já veve cansado
  Enterra todo o tormento
  Na cova do esquecimento pra nunca mais se lembrá?
  
  Dispois disso vem mais eu
  Vem ouvi pelas estrada
  O canto da passarada que em seu peito emudeceu
  Escuita a voz das cascata
  Cheira o prefume das mata
  Olha os campo, tudo é teu
  
  Aprende com os passarinho
  Que só tem voz pra cantá
  Com o sór que nasce cedinho e vem teu frio esquentá
  Óia as estrela, o luá
  Mas antes de tu querê isso tudo arrecebê
  Aprende primeiro a dá