Asa Branca
                          
                               Quando olhei a terra ardendo
  Qual fogueira de São João
  Eu perguntei a Deus do céu, ai
  Por que tamanha judiação
  
  Que braseiro, que fornalha
  Nem um pé de plantação
  Por falta d'água perdi meu gado
  Morreu de sede meu alazão
  
  Até mesmo a asa branca
  Bateu asas do sertão
  Então eu disse adeus Rosinha
  Guarda contigo meu coração
  
  Quando o verde dos teus olhos
  Se espalhar na plantação
  Eu te asseguro não chores não, viu
  Que eu voltarei, viu
  Meu coração
  
  Hoje longe muitas léguas
  Numa triste solidão
  Espero a chuva cair de novo
  Para eu voltar pro meu sertão
  
  Quando o verde dos seus olhos
  Se espalha na plantação
  Eu te asseguro
  Não Chores não, viu?
  Que eu voltarei, viu meu coração.