Bat Staka
                          
                               Pego e ligo o rádio
  Busco algum remédio para o tédio
  A música soa
  Como o som da construção de um prédio
  
  Zoada de serra
  Onde eu deveria ouvir guitarra
  Como numa obra
  Vozes que sugerem uma algazarra
  
  Mexo no ponteiro
  Corro atrás de nova sintonia
  A música soa
  E com ela a mesma fantasia
  
  Mais um movimento
  Tudo igual na próxima estação
  Tijolo, cimento
  Pedra, areia e muito vergalhão
  
  De onde viria, oh, de onde viria
  Toda essa engenharia civil?
  Rock maçom, funk de alvenaria
  Disconcreto, deus, onde já se viu!?
  
  Fico mais atento
  Tento achar nessa alucinação
  Qual o elemento
  Que por trás faz toda a ligação
  
  Súbito o estalo
  O abalo no meu coração
  Nítido badalo
  Lá está o bat-staka
  Está lá o bat-bat-stakato
  Bat-bat-batidão
  
  Não adianta mudar
  Não adianta mudar de estação
  O bat-staka estala
  O bat-staka está lá de plantão