Roque Santeiro o Rock
                          
                               Outrora, só cabeludo
  Agora, o menino é tudo de novo no front
  Outrora, só rebeldia
  Agora, soberania na noite neon
  
  Outrora, mera fumaça
  Agora, fogo da raça, fogoso rapaz
  Outrora, mera ameaça
  Agora, exige o direito ao respeito dos pais
  
  E tem mais, e tem mais, e tem mais
  E tem mais, e tem mais
  
  Outrora, arraia miúda
  Agora, lobão de boca bem grande a gritar
  Outrora, pirado e louco
  Agora, poucos insistem em negar-lhe o lugar
  
  Outrora, frágil autorama
  Agora, três paralamas de grande carreta de som
  Outrora, simples bermuda
  Agora, ultravestido de elegante fraque a rigor
  
  E o amor, e o amor, e o amor, e o amor
  E o amor, e o amor, e o amor
  
  Só quem não amar os filhos
  Vai querer dinamitar os trilhos da estrada
  Onde passou passarada
  Passa agora a garotada, destino ao futuro
  
  Deixa ele tocar o rock
  Deixa o choque da guitarra tocar o santeiro
  Do barro do motocross
  Quem sabe ele molde um novo santo padroeiro
  
  Outrora, o seio materno
  Agora, o meio da rua, na lua, nas novas manhãs
  Outrora, o céu e o inferno
  Agora, o saber eterno do velho sonho dos titãs
  
  Outrora, o reino do Pai
  Agora, o tempo do Filho com seu novo canto
  Outrora, o Monte Sinai
  Agora, sinais da nave do Espírito Santo
  
  E o encanto, e o encanto, e o encanto, e o encanto
  E o encanto, e o encanto, e o encanto, e o encanto