Baiao Atemporal
                          
                               No último pau-de-arara de Irará
  Um da família Santana viajará
  
  Levará uma semana até chegar
  Junto com mais dois ou três outros cabras que estarão lá
  No último pau-de-arara de Irará
  
  Se essa viagem comprida fosse um cordel
  Seria boa saída acabar no céu
  
  Só que este conto que eu canto é pra lá de zen
  Não tem sentido, não serve pra nada e é pra ninguém
  Pra ninguém botar defeito e não ter porém
  
  Basta pensar que Irará poderá não ser
  Que os paus-de-arara de lá já não têm porquê
  
  Porque os tempos passaram e passarão
  Tudo que começa acaba, e outros cabras seguirão
  Cruzando o atemporal do tao do baião